Esta sexta-feira, foi libertado o último exemplar de lince-ibérico na Extremadura.
Trata-se de uma fêmea, denominada “Silene”, que será libertada na zona de Hornachos. Juntar-se-á aos exemplares libertados em fevereiro deste ano, o que perfaz um total de 10 em 2022.
A Silene foi libertada mais tarde porque teve um certo atraso na maturação, o que fez com que demorasse mais tempo a atingir o peso e as condições ideais para a sua libertação na natureza.
É proveniente do centro de reprodução de Acebuche e foi libertada pelo método de libertação dura (diretamente na natureza) na ZEC (Zona Especial de Conservação) de Hornachos, que possui um habitat de matagal mediterrânico ótimo para a espécie, uma elevada densidade de coelhos e um grande apoio social.
A Junta da Extremadura é parceira colaboradora do Projeto LIFE LYNXCONNECT, cujo principal objetivo é consolidar as populações de lince-ibérico existentes, garantindo a interligação genética e funcional dos diferentes núcleos.
O Projeto LIFE LYNXCONNECT “Criação de uma metapopulação de lince ibérico (Lynx pardinus) genética e demograficamente funcional (2020 – 2025)”, cofinanciado em 60,67% pela UE, complementa o Programa de Reintrodução do Lince aprovado em 2016 na Extremadura.
É o quarto projeto LIFE aprovado pela Comissão Europeia para a conservação do lince ibérico. Coordenado pela Junta de Andaluzia, é um projeto transnacional que combina os esforços de 21 instituições públicas e privadas da Andaluzia, Extremadura, Castilla La Mancha, Múrcia e Portugal, ONGs ambientais, representantes do sector cinegético e com o apoio do Consejo Superior de Investigaciones Científicas, que trabalhará para consolidar a população, garantindo o fluxo de genes entre as diferentes populações de lince.
Com esta libertação, a população de linces na Extremadura, contando com as crias nascidas este ano, ultrapassará os 200 exemplares, enquanto se aguarda a confirmação do número total de crias nascidas este ano.
Em 2014, iniciou-se a reintrodução deste animal emblemático na Extremadura e graças à colaboração de diferentes administrações, empresas, câmaras municipais, federações de caçadores, proprietários, gestores, ONG, Agentes do Meio Natural, Ministério (OAPN) e SEPRONA, foi possível alcançar um grande sucesso nestes anos, conseguindo passar da categoria de “criticamente em perigo” para “em perigo” (categoria IUCN).